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Amar para além do amor

Atualizado: 19 de set. de 2021

Existem dois tipos de morte, a concreta e a simbólica.


A morte concreta é quando uma pessoa morre e já não volta. A morte simbólica traduz-se em ruturas que ocorrem durante a vida do ser humano e deflagram o mesmo processo de luto que o da morte concreta. Exemplos disso, são as separações, perda de emprego, fim de carreira, a mudança de cidade, entre outros exemplos com as quais nos deparamos ao longo da nossa vida.


O encontro com a morte que simboliza o fim das situações que anteriormente eram prazerosas e estáveis coloca o ser humano frente à sua fragilidade perante a vida, fá-lo experimentar sentimentos de incapacidade, revolta, fragilidade, aniquilação e perda. É necessário fazer um luto, de forma a que as pessoas se voltem a sentir preparadas para viver uma vida melhor e com mais qualidade. É sobretudo necessário acreditar que poderão haver novas oportunidades, voltar a amar, pois uma vida tem que ter como base o amor.


Já parou para pensar o quão importante é o amor nas nossas vidas? O amor tem total importância em nossas vidas. Mesmo sem tomarmos consciência o amor é-nos necessário, tal como o ar que respiramos, sem ele é como se ficássemos perdidos no mundo. É ele quem, nas horas difíceis “segura as pontas” e não nos deixa desistir. Na vida há muitos outros sentimentos, como o carinho, a emoção, o medo ou a raiva. Contudo, o amor é realmente o sentimento, que unifica as emoções, que soluciona as situações difíceis, que reduz a saudade e contribui para a diminuição de conflitos.


Quando amamos alguém, temos a tendência de cuidar essa pessoa, de querer o seu bem, de a proteger e de fazer coisas que lhe agradem.


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O nascimento de um filho é habitualmente considerado um dos acontecimentos mais importantes e marcantes na vida das pessoas. Durante o processo de gestação, e a consequente da preparação para o nascimento, o casal, tem tendência desde muito cedo da gestação a imaginar como será o seu filho, interiorizando, desta forma, uma imagem idealizada do pequeno ser que irá brevemente para os seus braços.


Durante o período de gestação, o casal vive sentimentos contraditórios que vão desde a alegria de ter um filho e um filho perfeito, ao medo, angústia e incerteza por não saberem como a criança virá, se bem ou com alterações físicas e fisionómicas.


O nascimento de um filho tem impacto na vida emocional, financeira e altera as rotinas habitualmente seguidas no dia-a-dia dos seus cuidadores e, também, na organização psíquica destes. A vida, anteriormente vivida a dois passa para uma situação triangular que, no ponto de vista do casal, requer formas adaptativas e de relacionamento. Todas estas e outras fatores provocam nos pais a vivência de sentimentos por vezes contraditórios. A alegria de ter um bebé é muitas vezes dominada pelo cansaço, alterações do sono e não raras vezes por uma depressão puerperal da mãe.


Contudo, existem por vezes, situações imprevisíveis para as quais os pais não estão preparados. A notícia de que o bebé é portador de algum tipo de necessidade de saúde especial (NSE), permanente ou temporária deixa os pais em estado de choque que um especialista ajudará a ultrapassar.


Os pais sentem como que uma crise acidental na família. Começam por ter sentimentos diversos, inicialmente incapacidade para pensar, depois negação da situação e só mais tarde e com ajuda serão capazes de se adaptar à nova realidade.


É uma realidade difícil e adaptar-se pode ser um processo longo e bastante doloroso. A presença de um filho com NSE congénita ou adquirida, pode alterar rotinas e estilos de vida por que a criança, dependendo das suas alterações pode vir a exigir para a sua sobrevivência cuidados especializados e constantes. Um criança com deficiências é habitualmente uma situação traumática para os pais que os deixa confusos, sofridos, podendo provocar conflitos internos e desenvolver sentimentos semelhantes aos vivenciados num processo de luto (Palácios, 2004).


Esta situação é extremamente exigente para os pais que se veem obrigados a redefinir papeis e em muitos casos a terem formação de cuidados primários e especializados de saúde.


O acompanhamento psicológico é, nestes casos, imprescindível para o entendimento e elaboração dos sentimentos, muitas vezes de culpa, com consequências que podem ser nefasta na relação com o bebé e entre os cônjuges.


A relevância de programas de atendimento individual aos cuidadores, visam dar acolhimento, facilitar a compreensão dos próprios sentimentos, auxiliar na definição do papeis a desempenhar, oferecer informação sobre as peculiaridades das NSE e sobre as práticas educativas mais adequadas às necessidades da criança.


O suporte da Psicologia ajuda os pais a enfrentarem as adversidades relacionadas aos filhos com NSE, a adaptarem-se na busca de soluções para que aquele filho supere as dificuldades, e os estereótipos sociais a que vai estar sujeito.


“Não importa que uma criança aprenda devagar. O que importa é que a encorajemos a nunca desistir"

Robert Jonh Meechan

 
 
 

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