Desapega, Simplifica e Vive: A Vida que Você Merece
- Sandra Oliveira
- 29 de jan.
- 3 min de leitura

Vivemos numa correria insana, como se estivéssemos sempre atrasados para algo. Janeiro chega e, com ele, uma avalanche de metas, promessas e cobranças. Mas já parou para pensar que, talvez, o que está a faltar na sua vida não seja “mais”? Talvez seja menos. Menos pressa, menos expectativa, menos complicação.
Muitas vezes, somos prisioneiros das crenças que carregamos sem perceber. Acreditamos que só seremos felizes quando conquistarmos aquele emprego dos sonhos, quando tivermos o corpo perfeito, ou quando todos ao nosso redor nos aprovarem. E sabe o que é mais curioso? Essas ideias vêm de fora – da cultura apressada, da comparação nas redes sociais, até mesmo da forma como fomos criados.
E se você parasse agora mesmo e perguntasse: o que realmente é importante?
Rafael Santandreu, psicólogo em Barcelona, diz que a felicidade está nas pequenas coisas e que precisamos desmontar essas crenças tóxicas que nos fazem sentir insuficientes. Ele acredita que a vida fica mais leve quando nos libertamos de ideias como:
- “Preciso agradar a todos.”
- “Preciso conquistar grandes coisas para ser feliz.”
- “Preciso ter controlo de tudo.”
Spoiler: você não precisa disso tudo.
A felicidade está na simplicidade. Está no sorriso de alguém que você ama, no aroma de café de manhã, no silêncio de um fim de tarde, o sorriso do seu filho, a simpatia da empregada do supermercado... A felicidade não é uma lista de metas para atingir – é uma forma de viver.
Isabel Empis e Maria Manuela Machado, através do seu trabalho na psicologia, trazem-nos uma mensagem de esperança e inspiração: cuidar de nós mesmos e simplificar a vida é uma jornada que vale a pena. Elas recordam-nos que, muitas vezes, carregar o peso de crenças antigas ou tentar corresponder a expectativas externas nos afasta daquilo que realmente importa. É nesse momento que olhar para dentro, com delicadeza e coragem, se torna essencial.
Isabel Abecassis Empis, no seu livro "Viver é (Di)Fácil!", partilha uma reflexão que nos convida a simplificar a vida: "Simples não tem de ser estéril. Profundo não tem que ser complicado. Específico não tem que ser hermético."
Esta perspetiva incentiva-nos a valorizar a simplicidade e a profundidade nas nossas experiências diárias, lembrando-nos de que a verdadeira essência da vida reside na autenticidade e na clareza com que a vivemos.
Estas duas psicólogas partilham que o processo de desapegar não precisa de ser solitário. É possível encontrar uma nova perspetiva ao ressignificar experiências e libertar-nos do que já não nos serve. A simplicidade e o viver com intenção nascem do autoconhecimento e da abertura para mudar aquilo que podemos, com serenidade.
Mesmo nos momentos de dúvida, há sempre um caminho para viver com mais sentido e conexão com o que verdadeiramente nos faz felizes.
Como começar?
Questione as suas crenças: Pergunte-se: “Isso é verdade ou é algo que estou a exagerar?” Substitua o “eu tenho que” por “eu escolho”.
Desacelere: Dê um tempo à correria. Tire cinco minutos do dia para respirar, sentir o presente e agradecer algo simples.
Conecte-se com quem importa: A sua rede social não é apenas no telemóvel. Envolva-se com pessoas que valorizam o essencial e que a incentivem a viver mais leve.
Desapegue: Nem tudo precisa de ser perfeito. Nem você. E isso é lindo.
No fundo, é isso: você não precisa de uma vida extraordinária para ser feliz. Precisa de momentos ordinários vividos com amor e intenção. Janeiro está aqui. Aproveite o momento e comece agora. Desapega. Simplifica. Vive.
Se precisar de apoio para iniciar este caminho, lembre-se: procurar ajuda profissional não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem. 😊
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