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Parentalidade: o impacto dos gritos na saúde emocional


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Ser pai ou mãe é uma das jornadas mais desafiantes da vida. Todos nós já nos sentimos frustrados, cansados ou sem paciência em algum momento. E muitos de nós já ouvimos ou até dissemos: "Eu cresci com uns gritos e uns castigos, e sou uma pessoa responsável!"

É verdade, crescemos num tempo em que a disciplina era mais rigorosa, gritos e castigos faziam parte da educação. Mas será que, com o que sabemos hoje, ainda são as melhores formas de educar?



O impacto dos gritos no desenvolvimento das crianças

Estudos recentes, como os publicados no Journal of Family Psychology e Developmental Psychology, mostram que, embora gritar seja uma resposta comum em momentos de frustração, essa prática pode trazer consequências negativas ao desenvolvimento emocional e cerebral das crianças. O cérebro infantil, ainda em formação, é altamente sensível ao ambiente. Um ambiente marcado por gritos constantes e tensão pode prejudicar esse desenvolvimento, resultando em dificuldades emocionais como ansiedade, baixa autoestima e até sintomas depressivos.


Compreensão, não julgamento

A questão não é sobre ser um "bom" ou "mau" pai ou mãe, mas sobre como, com novas informações, podemos encontrar formas mais saudáveis de educar.

Todos nós cometemos erros. O importante é estar consciente de como o nosso comportamento influencia os nossos filhos e procurar novas formas de comunicação, que favoreçam um ambiente familiar mais harmonioso.


Do grito ao castigo: o que mudou?

Se crescemos num ambiente onde o grito e o castigo eram a norma, é natural questionarmos por que as abordagens devem mudar. Não estamos aqui para dizer que pais do passado erraram ou que a educação falhou. Muitos de nós crescemos com valores fortes e tornámo-nos adultos responsáveis.

Mas o que a ciência nos mostra é que podemos ir além disso. Compreender o impacto emocional das nossas ações ajuda-nos a ser pais mais atentos e conscientes, criando um ambiente de maior compreensão para as nossas crianças.


Estratégias para evitar gritar e promover um ambiente mais positivo

Se sente a frustração a crescer, há várias formas de reagir de forma mais equilibrada e construtiva:

  • Respire fundo e conte até 10: Pode parecer simples, mas esta técnica ajuda a acalmar a mente e a evitar respostas impulsivas.

  • Reconheça os seus gatilhos: O que o deixa mais irritado? Cansaço, stress do trabalho ou outras pressões do dia a dia? Ao perceber o que o afeta, poderá gerir melhor as situações.

  • Comunique de forma clara e calma: Diga o que espera da criança com serenidade e de uma forma que ela consiga entender. Isso reduz mal-entendidos e frustrações.

  • Estabeleça regras e consequências de forma consistente: Um ambiente com regras claras ajuda as crianças a sentirem-se seguras e a saberem o que esperar.

  • Empatia em primeiro lugar: Lembre-se de que as crianças estão a aprender a comportar-se. Tentar ver as situações pelos olhos delas pode ajudá-lo a responder com mais paciência.

  • Faça uma pausa se necessário: Às vezes, retirar-se por uns minutos ajuda a desanuviar e a responder de forma mais tranquila.

  • Peça apoio quando precisar: Falar com o parceiro, amigos ou familiares pode trazer perspetivas novas e aliviar o peso emocional.




Educar é evoluir, não é sobre ser perfeito

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O objetivo da parentalidade é evoluir, não é alcançar uma perfeição inalcançável. A ciência e as novas abordagens estão aqui para nos apoiar a criar crianças mais saudáveis e felizes e não para julgar quem fomos ou quem somos enquanto pais. O importante é estar aberto a novas ideias, reconhecer que todos erramos e, acima de tudo, garantir que fazemos o nosso melhor para proteger o bem-estar emocional dos nossos filhos.



 
 
 

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